O presente trabalho tem por objetivo analisar a expansão da área central de Angra dos Reis e o processo de segregação socioespacial. A pesquisa foi realizada com base no uso de dados primários e secundários, a partir da observação direta realizada através de atividade de campo, cronologia e comparação de imagens, análise de gráficos e tabelas produzidos por instituições governamentais. Autores como Santos (1985), Nascimento (2016), Abreu (2005), Sposito (2013) e Corrêa (2013) foram utilizados a fim de analisar e compreender os processos de expansão e segregação da área central. Dessa forma, foi possível concluir que Angra dos Reis foi intensamente impactada pelos grandes investimentos estatais e privados, destacando-se a construção da rodovia Rio Santos, o projeto Fundação de Turismo de Angra dos Reis (TURIS), a Usina Nuclear, o Terminal Marítimo Almirante Maximiano da Fonseca (TEBIG) e o Estaleiro Verolme, o que promoveu conflitos com os moradores originários e também processos de migração de pessoas para o município, acarretando drásticas mudanças em suas atividades econômicas e em sua configuração espacial. Assim, ocorreu uma intensa urbanização em Angra do Reis, com a transformação e expansão da área central e aumento da segregação socioespacial. A expansão da área central se caracterizou pela ocupação dos morros próximos ao centro histórico e comercial, e, na maior parte dos casos, por uma população de baixa renda sem titulação de suas terras. Muitas pessoas foram “expulsas” de seus territórios originários, outras são migrantes atraídas pelo mercado temporário de trabalho, promovendo assim, uma reprodução de classe social, espacialmente segregada.
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